Bebei, como se a noite fosse eterna!
Como se o Sol se houvesse sepultado,
Como se o mundo fosse uma taverna,
Como se a vida houvesse se acabado.
Todos que eram caros já se foram.
Deixaram só saudade e o pó dos ossos.
Suas memórias pálidas nos agouram,
Gelam com seus olhares os peitos nossos.
Bebei em sua memória e cantai forte.
Cantai até partirem seus pulmões.
Cantai até buscarem vossa morte
No fio da espada ou balas dos canhões.
Cantai, soldados, a guerra nunca finda.
Não vivereis para ver este final.
Pois tu, teus filhos e teus netos 'inda
Hão de morrer por golpe de punhal.
por Errol, O Bardo do Oeste
imagem do fantástico Mariusz Kozik
4 comentários: (+add yours?)
>HOOORAAAYYYYY
>Ótimo o poema, mas eu reparei no emprego pronominal.Se foi intencional a variação entre a segunda pessoa do singular e a segunda pessoa do plural com algum objetivo estético, beleza. Mas, se você deixou passar isso sem querer, seria bom corrigir.A idéia do poema reflete bem você mesmo. Quando se começa a escrever poemas, não se sabe exatamente por onde devemos começar, e fazemos diversos poemas razoáveis, até que encontramos finalmente um tema, um campo onde o nosso lirismo funciona 100%, onde se cria uma identidade lírica.Eu acho que você está pelo caminho certo, com esse poema, para alcançar esse lugar.
>Ficou muito bom (:
Muito bom =]
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